terça-feira, 23 de novembro de 2010

A morte muitas vezes é a última saída para a solução dos nossos problemas, que encontramos mas nem sempre é o último passo a tomar.
Quando tivermos a nossa missão cumprida nesta vida, aí sim estaremos prontos para partir para o outro…

Quando os espinhos
Das rosas do meu coração
Caírem por sentirem tanta dor
E quando ao meu chão
Chegarem
Para matarem
Todo o amor
As borboletas do meu peito
Se cansarão
E jamais irão
Voar novamente
As suas asas morrem com a paixão
E nas teias
Se aprisionam tristemente
A minha lua
Que me deixa nua
De tanto sofrer
Ele sangra
Ao colher os meus espinhos
Que caíram
Ela grita
Ao desprender as minhas borboletas
Que se aprisionam
Mas eu não me consigo libertar
Da maldição que é viver
Morro…

O cantar das aves começa de novo
Pelo meio
Das nuvens tão chuvosas
De receio
Elas escondem
Toda a verdade
E pelo céu sobem
Fugindo da maldade
Será que ninguém vê
Que o horizonte morreu
Será que ninguém lê
Onde o texto se escondeu
Será que ninguém nota
Que eu já não estou a respirar
Morri na última gota
Que ainda consegui chorar
Olá
Eu sou a tua mente a dar-te
Algo com quem possas falar
Olá
Eu sou o anjo da morte
Que desceu para te elevar
Juntos ao outro lado iremos chegar
Para na tua morte me contemplar
Procuramos paz e não nos deixam atingi-la e contra isso lutamos sem temer o que nos pode acontecer, seremos sempre o que a nossa alma nos ordena…

I
Tu que te perdeste da vida
E foges dela sem parar
Vês que a única saída
Existe em te matar
II
Tu que ninguém nem nada
No teu redor te aceita
Só pões a tua mente magoada
Onde só o sangue a enfeita
III
Tu que o sabor de viver
Te provoca a morte
Só pensas em morrer
Só pensas na pouca sorte
IV
Tu que neste mundo choras
Pela sociedade gritas
Pela mentalidade humana desesperas
E desta vida te fartas
V
Tu que jamais serás igual
A tua origem
Sobe em lutas contra o mal
E é a favor da tua margem
VI
Tu que paras o tempo
Sentes o momento
Vives no teu templo
Matas o sentimento
VII
Tu que te fartas de viver
Desejas partir
Necessitas de morrer
E alcançar a glória a sorrir
VIII
Tu que abandonaste este mundo
Que te sentes obscuro
E foges de tudo
Que te torna inseguro
IX
Tu que temes quem te ama
E foges do sentimento
Sentes o sangue que derrama
A força das veias em movimento
X
Tu que transformas o olhar
Fazes o bem e ganhas o mal
Passas a vida a chorar
Vês o ser humano como animal
XI
Tu que vives na solidão
Sentes-te sozinho sem ninguém
Refugias-te na escuridão
E buscas bondade em alguém
XII
Tu que desesperas sem parar
Vives na margem do além
Queres o outro lado alcançar
Para que possas ser alguém
XIII
Não estás sozinho
Porque eu estou aqui
Não te sintas perdido
E olha para mim
XIV
Ainda existem pessoas
Que encaram a vida como tu
Dentro da morte ficam encontradas
E se expressam no túmulo
Nós causamos o impacto para o qual desejamos causar. Um olhar pode mudar tudo em nós e mesmo em quem nos rodeia sejam conhecidos ou não.
Um sorriso pode mudar-nos a vida e pode também melhorar o dia de alguém próximo, cabe a nós utilizá-lo na altura certa para criarmos esse efeito que idealizamos. Temos de contrariar a vontade alheia de nos ver mal e a fracassar, sorrir quando nos querem ver chorar e ajudar a passar esta mensagem ao próximo.
Sorri para afastar a maldade que nos atinge de raspão…

Este é o meu mundo
No qual eu posso ser tudo
O que realmente sou
Onde tudo o que me interessa
Aceita-me como sou de verdade
Ele existe
Através do meu desejo
De liberdade e de libertação
Acentuo a minha escuridão
E de noite solto a intensidade
Do mistério da minha existência
Todos os movimentos corporais
Que te esgotam a paciência
São a minha libertação
E do prazer
Ao sair da teia
Onde me tentavas prender
Nessa tua prisão
Ao que chamas com satisfação
De tua vida
É por ela que eu sou
Tudo o que sou…

Vou descalça nos picos da tua rua
Imploro pela tua alma nua
Deixo um rasto de terror
Afasto o teu medo
Conto-te o meu segredo
E encho o teu peito com horror
Escondes-te das minhas trevas
Procuras nas tuas selvas
Mas nada consegues obter
O mundo prende-te
O sol queima-te
E eles só te fazem enfurecer
Esperas a tua salvação
Quando eu agarro a tua mão
Mas nada encontras
A minha paz faz-te acalmar
A minha palavra põe-te a chorar
E entras nas minhas trevas
Trevas da escuridão
Com toda a razão…
Nem tudo o que desejamos podemos ter ou ver concretizado mas podemos lutar sempre sem parar para obtermos.
Temos desejos e vontades mas por vezes não depende só de nós para isso…

Ameaças caem dos céus
Os seus raios expressam a amargura
Do anjo escondido por trás das nuvens
Coberto por cinco véus
Tenta se esconder
Tenta se tapar para não ver
Mas de nada vale
Lutou até não aguentar mais
Mas mesmo assim nada mudou
Chorou
Cada gota de chuva
E de raio
São os sinais
Que chegou o fim
E parou
A poesia já não acalma
A lua já não lhe dá esperança
O fogo queima a sua alma
E só em nós
Ele habitará na lembrança
Sois diferente
E ele ressuscitará em vós
Acabam as esperanças mas às memórias ninguém consegue apagar. A nossa imaginação e os nossos pensamentos ninguém nos arranca de dentro…

Na cruz
A minha vida se apaga
Na luz
A morte é alcançada
O meu corpo
Fica derramado na dor
O meu rosto
Preenchido de rancor
As mãos se unem
Sem motivação
Os meus olhos
Ficam invadidos
Por lágrimas de sangue
Vindas do coração
Passei para o outro lado
Lado esse desconhecido
Por toda esta sociedade
Tão diferente de mim
Que me rodeia no meu quotidiano
Tão duro
Que mal consigo aguentar
Entro no meu mundo
Mais puro
Só ele me faz feliz
E me diz
Para eu não parar de lutar
Venham comigo...
Grito
Grito cada vez mais alto
Mas ninguém me ouve
Até que a minha voz
Comece a doer
E fique presa no abismo
Deste ar tão caótico
Que tanto me faz sofrer
E fico ilesa
Ao sonho
De o tornar mais sereno
Para me conseguir mover
Respiro arduamente
Suspiro para me acalmar



Caminho tristemente
Sozinha a cantar
Quase nada que me rodeia
Me faz cantar
Mas é a faze-lo que fujo da teia
Que a sociedade me quer devorar
Sinto quando fujo
As estrelas a brilharem
E me motiva em vê-las
Para que elas
Nunca parem






terça-feira, 16 de novembro de 2010

Por entre tantos dias e tantas noites passadas dentro de um completo desespero, sempre sem encontrar a luz da salvação que me pudesse iluminar o caminho certo a seguir, para prosseguir livremente a viagem contínua da vida, e com a solidão ao rubro. Deparo-me então com a incógnita…


Eu quero seguir
E continuar a mostrar
A um mundo distante do meu
Quem eu sou de verdade
Voltar ao princípio
De todos os tempos
E no medo que perdi
Buscar a minha razão
Eu quero sorrir
E continuar a lutar
Pelo verdadeiro eu
Quem me dá liberdade
Sair do precipício
Que me bloqueia os pensamentos
E apaixonar-me por ti
Pois és a minha solidão

Meu corpo nu deitado
No nosso ninho de amor
Chora por esta solidão
Na minha mente
Só resides tu
Distante
E sem calor
Por ti implora o meu coração
O arrepio da minha pele
Significa a falta do teu toque
O quarto frio
E sem qualquer sentido
Também opina
E sem ti fica em choque
Os meus olhos cansados
Querem-se fechar
Mas não deixam os meus pensamentos
Que só contigo querem ficar
A minha mente voa
Mas o meu corpo não consegue voar
E toda a minha alma nua
Só a ti deseja amar
És o meu anjo negro
Por dentro vamos sempre morrendo aos poucos com os desgostos de todos os tipos, por fora vai-se notando cada vez mais. Quando nos acalmamos e precisamos de alguém do nosso redor e todos nos viram as costas, é aí que nos tornamos fortes e recorremos ao nosso mundo…

Vem entrar na irrealidade
Vem tentar fugir da verdade
Verdade essa tão triste
Tão deprimente
Onde nós os puros
Morremos a pouco e pouco
Por dentro
E tentamos dela fugir
Para ganharmos força
Para continuarmos a lutar
Unidos choramos
Juntos sangramos
Lágrimas de revolta
Mas toda a vontade de amar
Nos faz pensar
Antes de nos matarmos
Este sítio necessita de nós
Mas nós não necessitamos deste sítio
Não tenho medo da morte
Não tenho medo da passagem
Para ficar mais forte
Quero mudar-me para essa margem

Muros de traição
Invadem as ruas da tua prisão
A que eu chamo o teu mundo
Mas eu não
A minha paixão
Não me permite te trair
Tento me abstrair dele
Mas não consigo
Grito pela liberdade
Mas é a saudade
Que me desespera
Saudade da pureza
Que existe dentro
Da tua beleza
Pois só ela me dá esperança
E me faz continuar a lutar
E a não perder coragem
Perdemo-nos quando os seres visíveis nos desiludem e muitas vezes até nos perdemos de nós próprios, e então imaginamos e criamos seres que nos satisfazem para prosseguirmos a viagem…

O anjo negro desceu á cidade
Para contemplar todos aqueles
Que acreditam na escuridão
Chegou tarde
E foi cedo
Mas é nele que reside
Toda a nossa salvação
Os brancos habitantes
Ficaram indignados
Os negros
Ficam contentes
E bastante felicitados
Nós os escuros
Damos as mãos unidos
Formamos uma inquebrável corrente
Com os corações magoados
Tornamos a dor
Em força da morte
Todos os deuses que nos observam
Tentam-nos fazer parar
Mas a corrente que os ignoram
Os irá matar

Por todo o meu sofrer
Por toda a minha vontade de morrer
Luto com a minha alma
Para atingir a plenitude mais calma
Existente algures escondida
E nela me deitar
Cobrir-me com o lençol a sonhar
E a esquecer-me desta vida
A serenidade ingrata
Faz-me ficar farta
E sem pensar fujo
Pois não tem nenhuma graça
Roubares a minha esperança
E a esconde-la no teu pensar sujo
No redor da instabilidade
E na inconstante liberdade
Refugiaste da morte
Mas eu sou diferente
É por ela que procuro
O coração aperta tantas vezes ao longo da vida, mas está em nós a solução para o acalmar…

Se eu sorrir
Mas não conseguir acreditar
Brevemente daqui irei sair
E acordar
Para ver que não estava a sonhar
Não preciso que me tentem concertar
Eu ainda não quebrei
Ainda tenho garra para lutar
Foi só uma lágrima que chorei
Eu só busco a tua mentira
Para que não te possas mais
Esconder nela
Quero ver o teu choro
De cada lágrima tua
Ao tirares a máscara
E apagares a chama da tua vela
Oh mas eu ainda estou aqui
E só tu não vês
Mas tudo que abandonei ontem
É o que lês
Evapora-se na tua nuvem
Não largues a minha mão
E deixa que eu te mostre
Vê pelos teus olhos e coração
E não permitas que ele se engane
Caminhamos juntos sem destino
E procuramos o inatingível
Corremos como loucos nesse caminho
E cometemos o impossível
Sorrimos ao não largarmos a mão
A nossa alegria não engana
Morremos juntos pela paixão
Sangramos e rimos de loucura
Terminam agora as tormentas
Sinto a respiração ficar serena
Entramos no encontro das trevas
Apodera-se de nós a calma
A calmaria
É a minha magia

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

No centro do leque da vida
Encontras o raio do mundo
Desta humanidade maldita
Que te leva até ao fundo
Entras no túnel de horrores
Já vi
Momentos melhores
Só quis fugir daí
Quando te perdes pelo tempo
Dá-me a tua mão
Não tenhas medo de mim
Ou levar-te-ei á razão
E á magia sem fim
Vamos fugir deste lugar
Vamos correr até não aguentarmos
Vou-te ensinar a amar
Para as nuvens iremos
Estás em busca
Do teu mundo
Mas perdido
Não o encontras
Vem comigo sem culpa
Eu mostro-te o meu

É esta vontade de chorar
Que mata o meu coração
Só vejo na vontade de me matar
A minha salvação
A minha triste mente
Cria nuvens escuras
Que abordam a minha morte
E por ela também choras
Elas choram em mim
Chovem as minhas lágrimas
Lágrimas do teu sangue sem fim
Que põem as minhas mágoas
Um dia tudo irá passar
Mas por agora pelo medo da dor
Ainda não ganhei coragem para me matar
Mas diariamente morro por dentro com rancor
Lágrimas que caem pelo meu rosto
Rosto molhado de tanto chorar
A garganta deixa o olhar morto
E mata a minha voz de tanto gritar
Desespero que me invade
Medo que me aprisiona
Liberta todo o meu sangue
Onde poderei eu ficar serena
Deixai-me morrer
Para parar de sofrer
Quebrou-se a força da luta
E o desespero toma conta
Das almas carentes
A revolta espiritual
Fica a favor do mal
E ganha aos duendes
Os humanos chegam
E no meu mundo se instalam
Sem sequer pedirem licença
E agora onde me poderei refugiar?
Onde saberei o que é amar?
Eles não me permitem
Senti uma pequena presença
Que me devolveu a esperança
E já consigo sorrir
Era a minha linda fada
Que desta vida malvada
Me permite sair
É a fada da morte
Que me trouxe a sorte
De me permitir morrer

Tudo o que nos chateia tanto nos pode levar ao fundo, como nos tornar mais fortes e até nos pode levar a tomar certas atitudes que podem não ter a ver connosco. Mas quem somos nós e o que consiste a nossa existência?
Nasceu a criança
Com caridade
Veio marcar a diferença
Neste mundo de maldade
Nuvens escuras
Vêm roubar o teu medo
Por dentro das grutas
Sou o teu brinquedo
No meio das trevas me encontrei
No meio das trevas te perdeste
Neste mundo já muito chorei
A este mundo te deste
Foi na janela do meu mundo
Que avistei uns invasores
Que me levaram até ao fundo
E que me roubaram os tesouros
Senti esgotarem as minhas lágrimas
Roubaram-me todo o sangue
E ao ficar sem palavras
Tudo que desejei foi a morte
Nas trevas brancas
O meu sonho se tornou perdido
Mas nas trevas escuras
Ele ficou protegido

Nas nuvens das trevas vi
O pôr-do-sol levar
Toda a magia em ti
Que volta ao luar
A lua te guia
Mas o mundo te atormenta
E quando o sol já brilha
Toda a maldade volta
Á porta dos teus sonhos
Encontrei a chave
Da minha felicidade
Abri ela e entrei
Num mundo á parte
Sem falsidade
Fomos ao encontro da escuridão
E encontrámos a esperança
No meio de tanta imensidão
Conseguimos reunir alguma força
Quero-me contemplar
Nessa escuridão
Para poder encontrar
Algum sentido
Neste mundo
A fraqueza toma conta de mim
A fraqueza torna-se na minha realidade
Tento pôr um fim
Mas não tenho força de liberdade
Não me consigo libertar
Fico presa á minha fragilidade
Só consigo chorar e matar
A minha felicidade
Vou ao encontro da noite
Ela diz-me como agir
Queria muito ser forte
Mas só a dor consigo atingir
Procuro por algo que me motive
Qualquer coisa que me dê forças
Mas encontro-me como nunca estive
E matei todas as minhas esperanças
Não sei no que me estou a tornar

,

As minhas velas secam
E o meu sangue
Pára de percorrer o meu corpo
Os batimentos do meu coração param
Vou a caminho do meu túmulo
O meu caixão
Está banhado com amargura
A terra molha-se á minha chegada
Aparece com muita ternura
O meu negro anjo e a minha fada
Chegou o esperado momento
Em que me torno igual a eles
Chegou finalmente a altura
De me encontrar
Dentro da felicidade deles
Para na eternidade
Poder passear
Atinjo o meu cruel destino
Contemplada com a minha morte

Tudo pára
Atingi o meu objectivo
Já encontrei o motivo
Pelo que escrevo sem parar
Mas não ganhei coragem
Para o cumprir
O motivo é a minha morte chegar
Para deste mundo finalmente partir
O meu coração está apertado
Os meus olhos já secaram

O meu peito sufocado
Onde as minhas veias já pararam
Ponho as mãos na cabeça
E tento encontrar a força
Dentro de mim
Mas ela acabou por me dar
Mais vontade de atingir o fim
Procuro a negra luz
Que me guie
Até ao céu
Para ver o anjo da morte

Propósito

Existem momentos de distintos sentimentos ao longo de toda a nossa jornada, muitas vezes até nem os conseguimos distinguir, principalmente quando são positivos e nos fazem sorrir. Mas existe um sentimento que nunca nos confunde, a tristeza...

Serão estas lágrimas desesperadas
Que caem do meu rosto sem cessar
O sinal da minha vida
O9 motivo para vaguear
Lágrimas cobertas
Pelo desespero
Pela dor
De não ver em mim o cemitério
De não encontrar dentro de mim
O meu próprio amor
Lágrimas que caem
Com a sinceridade
Tentam afogar-me
Nesta loucura
Ao não encontrar ainda em mim
A minha própria verdade
Vivo da tortura
Nesta amargura
Das minhas lágrimas
Entram no seu desespero
Onde só aumentam as minhas mágoas
Onde morrer é tudo o que quero

O cansaço apodera-se do meu rosto
E todos em meu redor riem-se disso
Fico triste no momento
Em que perco o meu compromisso
Comprometi-me com a lua
De a ela me juntar
Numa luta minha e dela
Para este mundo acabar
Abro as minhas asas
Para de mim mesma não me perder
Onde passo arrasto esta magia
Sem falas
Que me enche de alegria
Ao morrer
As velas que acendi
Á algum tempo
Vêm que perdi
O sopro do vento
O frio faz-me arrepiar
Mas mesmo assim sigo em frente
Nesta luta onde a lua
É a minha alma

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

:

São as diferenças de mundos que me fazem continuar a expandir e exteriorizar o que sinto e o que desejo…

Este ambiente congelante
Repleto de frio e de dor
Termina com a minha esperança forte
Que ainda existe bondade e amor
Saio á rua a reflectir
Caminho sem destino
Quero a escuridão sentir
Para seguir em frente com sentido
Nada tem lógica aqui
E daqui desejo fugir
Para encontrar em mim
Alguma vontade de sorrir
Choro ao me deparar
Com a humanidade
Sofro ao ver
No que ela se tornou
Neste mundo
Repleto de maldade
Em mim a alegria se fechou
Sinto o meu coração bater
Mas só quero morrer

Olhares no meu redor
Apresentados dentro da crítica
Comentários de horror
Escondidos na fala cínica
Humanidade vazia
Onde nada me anima
Quando chegará o dia
Onde aqui a minha vida termina
Este não é o meu mundo
Ou serei apenas a anormalidade
Existente nele
Mas acima de tudo
Anormal mas ciente
Do realismo dele
O realismo mais triste
O desprezo toma conta disso
Viram a cara nesse instante
Para não terem nenhum compromisso
Eu só tenho compromisso com a minha morte
Só ela me dá vida

Tempestade / Habito no meu Mundo

Ouço os trovões atentamente
São o sinal de quanto o céu está magoado
E sinto o chorar dele cair tristemente
Para tentar limpar o chão
De um mundo de pecado
A tristeza do meu céu salta á vista
Mas só os puros a conseguem ver
Cada gota de chuva prevista
É a marca do meu sofrer
Os relâmpagos são o seu sinal
Os trovões a prova da sua fúria
A chuva livra-me do mal
E enche-me de alegria
Que a água da chuva
Se transforme em sangue
Para lavar a maldade
Pois somente assim
Não desejaria a morte

Sim vivo no meu mundo
O local distante e diferente deste
O único sítio onde me sinto segura
E sem nenhum medo
O único sítio onde realmente
Sei o quanto sou forte
Sim eu vagueio no meu mundo
Onde eu é que escolho os habitantes
Onde eu sou a dona de tudo
As fadas e os anjos são os meus amantes
Sim eu habito no meu mundo
A fantasia e a magia
Predominam em tudo
E não existe o dia
Lá a noite é o meu ser
Os meus impossíveis daqui
Se concretizam
E lá quero viver até morrer

Monstros

No momento em que perdemos o sentido do mundo, em que esta vida não nos satisfaz e em que idealizamos um mundo perfeito para nós onde todas as nossas necessidades sejam cessadas, começamos a dissipar nos nossos pensamentos…

No silêncio acalmo o meu sofrimento
Durante a noite preencho a minha solidão
No meu túmulo escrevo este sentimento
Na minha vida pára o meu coração
Olho em volta
Rodeia-me a multidão
Os monstros andam á solta
E dão-me vontade
De ir para baixo do chão
São os monstruosos humanos
Que na sua grande maioria
Vivem juntos com planos
De serem algo um dia
Temo a vida deste mundo
Para o outro desejo partir
Onde o meu coração destroçado
Consiga finalmente sorrir
Desejo matar-me
Para fugir

domingo, 7 de novembro de 2010

Secaram as Lágrimas

Sinto os meus olhos a pesarem
Não consigo aguentar com tanta força
E acabo por permitir que isso suceda
Sinto eles a secarem
Acho que esgotaram
Com todas as minhas lágrimas
Nem posso acreditar
Eu que chorei toda a minha vida
Eu que só assim ainda não me matei
Foram todas as minhas lágrimas
Que me deram força
E também alguma esperança
Para que neste mundo
Ainda me consigam aceitar
Foi ao secarem
Todas as minhas lágrimas
Que me deparei
Com o final das minhas forças
E também com a morte
Das esperanças adormecidas

Escuridão

E quando nos debatemos com a realidade e quando esta não nos agrada e vai contra o que acreditamos…

Esta é a escuridão
Que se esconde
Dentro do meu peito sagrado
O seu rasto sobe
E se declara ao meu coração
Que é magoado
Declaração de ódio
Que derrama
Todas as gotas do meu sangue
Em lágrimas cristalinas
Que demonstram o meu sofrer
Essa escuridão
Apodera-se da minha mente
E já não tenho forças
Para não deixar acontecer
Fico imóvel ao observar
O porquê de ela se querer apoderar
Do meu escuro ser
É o meu redor
Que me dá mais vontade
Para acelerar a escuridão
De me invadir eternamente
Para parar de sofrer

Acordei

Por vezes perdemo-nos nos nossos pensamentos que nem sempre são os melhores e nem sempre é fácil encontrarmo-nos novamente na realidade…

Acordei de um sono sem futuro
Finalmente caí na verdade
Existente em mim
Sempre a vi
Mas o mundo é tão duro
Que a escondia
Por medo de revolta sem fim
Chega!
Chegou o dia tal
Em que tudo naturalmente
Sobe ao cimo do corpo
Em que tudo que ferve
Nas minhas veias
E coração fatal
Polvilha o meu exterior
E expande a pouco e pouco
A escuridão
É o único fascínio
Que esconde a nojenta
Comunidade em meu redor
Minha mente cai no precipício
Enquanto o meu corpo se arrepia
Dentro de um ardor

. . .

Forças das trevas que me invadem
Chegou o momento da verdade
Deixem todos os que já sabem
E deixem-me libertar a própria liberdade

É essa força obscura que se liberta
E nada pode impedir a sua verdade de chegar
Porque esta vida já é tão incerta
Só não apaga a força de amar

Deixai-me radiar o meu rosto
Deixai-me mostrar a mim própria
Sei que todos apanharam um susto
Mas é isso que alimenta a minha alegria
Os desejos mais profundos
Ganharam vida própria
Á qual todos riem
Mas a mim mentia

domingo, 21 de março de 2010

JUNTOS PARTIMOS

Eu provo a morte
A cada olhar teu
Ofereço-te a sorte
Em cada gesto meu
Visto-me de prazer
Banhando-te de melancolia
Na imensidão do saber
Mato toda a minha alegria
Escrevo sem nunca parar
Pois só o pincel vê a minha dor
Só as palavras me fazem chorar
E o papel mata o rancor
Em meu redor sinto o vazio
A escuridão invade o talento
Todo o coração gela no frio
E termina assim o meu sofrimento
Por entre os arvoredos da floresta
Cantam pássaros sem cessar
Cantigas que de nada contesta
Terminam com todo o medo de matar
O teu corpo congela pelo tempo
O teu sorriso termina aqui
Vês a entrada do teu templo
E a luz que se apaga em ti
Sinto o teu último suspiro
Agarra a minha mão com força infinita
Sem parar prendo o meu choro
Para que partas sem que eu te sinta
E assim terminam as nossas vidas
Sem olharmos para trás seguimos essa escolha
Secamos todas as lágrimas caídas
E partimos sem que ninguém nos ouça

pensamento solto 12

Servimos o próximo e tentamos sempre dar o máximo de nós, vivemos intensamente e desejamos aproveitar o melhor possível das nossas experiências…

LUA IMPLORO

O luar abrange todo o meu redor
O céu negro captura a falsidade
As nuvens carregam todo o amor
Que já não existe na humanidade

Oh lua que te venero
Só tu me ouves e comigo lutas
Mas no meio do meu desespero
O sol roubou todas as minhas forças

Desejo sentir o meu sangue a escorrer
Preciso terminar com o meu choro
Necessito sentir o que é morrer
Pelo meu fim neste mundo eu imploro

Sinto o meu último suspiro
Em mim guardado
Á tanto tempo
Vejo lágrimas de sangue negro

pensamento solto 11

O que mais gostamos faz-nos continuar nesta viagem que quer queiramos quer não temos de passar por ela, e que tal nos agarrarmos ao que aproveitamos de melhor e ao que nos parece fazer mais sentido…

domingo, 17 de janeiro de 2010

NADA É EM VÃO...

Florestas cobertas de magia
Ficam silenciosas na noite
Não quero que chegue o dia
Com ele vem também a pouca sorte

O mar luminoso rebenta
Suas ondas vão e vêm
Sua profundidade esconde a tormenta
Que as pessoas por dentro têm

Universo da mais fúnebre imensidão
Que o infinito a nós oferece
Esconde o bom da paixão
Resta-lhe sua última prece

Mas pregar a quê ou a quem?
Nada existe para além do imaginário
A mim invade a luz negra do além
O resto é guardado no meu mistério
Nada é em vão…

pensamento solto 10

A noite é bastante mais sossegada que o dia, e também muito menos movimentada. A grande maioria das pessoas acorda de manhã e vivem o dia para de noite poderem repousar, mas também existem bastantes amantes nocturnos e do obscuro que á muito é criticado e até desconhecido…

POR TI MORRO

O tempo passa por mim
Mas nada nele me encanta
Só no sofrimento sem fim
O bem dele me espanta

Sinto o peito a arder
Sinto o coração a parar
Sinto vontade de morrer
Para a minha alma descansar

Não encontro nenhuma evolução
Nada que me identifique
Esta humanidade é uma desilusão
Em que a minha alma se entristece

Vem até mim chama negra
Vem-me contemplar na tua escuridão
Vem-me roubar a visão cega
E toda a vivência do meu coração
A ti me dou
A ti me entrego
Por ti morro ao certo

PROCUREI...

Procurei um olhar terno
Procurei um sorriso meigo
Procurei palavras doces
E nada encontrei
Perdi-me na procura
Fechei os olhos e senti saudade
Saudade do tempo
Em que a inocência
Invadia o meu redor
Em que a sinceridade
Era a nossa essência
E onde a nossa vida
Se baseava no amor
Sinto falta da ternura
Da honestidade natural
Que ao meu meio invadia
Em que nunca me sentia
Insegura
Porque a pureza do meu espaço
Era a minha alegria
Temos de sorrir
Enquanto podemos

sábado, 16 de janeiro de 2010

CHEGOU O FIM

Acho que acabei de perder
A luta contra a vida
Venceu a vontade de morrer
Para nunca mais me sentir perdida
Entro no meu cemitério
Sinto sede sem fim
Minha mente é o mistério
Que se abre só para mim
O sangue é o meu vinho
E ofereço-o como sacrifício
Ao mudar o meu destino
Saio do meu antigo precipício
O sangue é o único vício que tenho
A vida é o meu único desespero
Não tenho medo, não temo
E assim escondo o meu choro
O leque preto da minha vida
Abre-se noutra perspectiva
A luz deixa-me perdida
A escuridão dá-me de volta a vida
O tempo não pára nem se esgota
A chuva não pára de cair
O orvalho resume-se a uma gota
O corvo não pára de sorrir
Vejo o chão a abrir
Mesmo por baixo de mim
Meu corpo inquieto vai cair
Finalmente chegou o fim

pensamento solto 9

A vida consiste em alegria, mas nem tudo nos faz sorrir. Quando a única esperança e a única saída que encontramos é mudar de vida na sua totalidade e ver tudo com perspectivas mortais nos ajuda a sobreviver…

DEIXAI-ME

Todos os pensamentos
Existentes na minha mente
Se unem a todos os sentimentos
Que batem no coração contente

Toda a minha vida tem um resumo
Toda a minha história tinha um fim
Todos os meus actos eu assumo
E têm imenso prazer em mim

Ao longo das trevas da minha vivência
De tudo um pouco passei
Do mais fundo da minha ânsia
Tudo vive, tudo morre, a nada me dei

Deixai-me demonstrar a minha revolta mais pura
Deixai-me falar o que a minha alma ordena
Deixai-me matar sempre muito dura
Mas sempre muito serena